Domingo, 30 de Janeiro de 2011

Estamos todos em fila

O presidente a chamar

É cumprir um dever cívico

O irmos todos votar

 

O simplex falhou

E chegou a enervar

A quem queria exercer

O direito de votar

 

Devemos todos votar

Gritam a uma só voz

Depois do voto contado

Já se não lembram de nós

 

Chegam ao parlamento

Inchados como pavões

Esquecem todas as promessas

São autênticos aldrabões

 

Fingem lá que estão zangados

Mas é pura ilusão

Cá fora quando se juntam

É uma grande união

 

Do povo já nem se lembram

Acreditem é verdade

Tudo o que disseram em campanha

Foi autentica falsidade

 

Eles dormem no parlamento

É o que vemos na TV

Outros até lêem o jornal

E sabem que o povo vê

 

Vejam os palavrões que eles usam

Lá no discurso em directo

Eles são todos doutores

Mas nenhum deles é correcto

 

O povo exige respeito

Ao votar em eleições

Gente séria no parlamento

Não queremos lá aldrabões

 

O povo vai estar atento

E grita a uma só voz

Gente honrada no parlamento

E mais respeito por nós

 

Duzentos no parlamento

São tantos e tão iguais

O Pais está como está

Mordomias são demais.

 

António Assunção

 

 

 



publicado por ala-goulinho-poemas às 14:15
Domingo, 23 de Janeiro de 2011

Era menina prendada

E tinha três namorados

Um deles era viúvo

Os outros eram casados

 

O povo muito dizia

O povo muito falava

Ela queria namorar

E não queria estar casada

 

Ela pensava num quarto

Até que um dia chegou

Homem velho com experiência

O quarto experimentou

 

Queria sempre a namorar

Mas sempre ás escondidas

Ela roubava os rapazes

A todas as raparigas

 

Os rapazes descobriram

E foi um de cada vez

Dizer á rapariga

Vou-me embora e é de vez

 

Eu só dispenso um

Eu quero os outros três

Namorar todos os dias

Mas só um de cada vez

 

Rapazes endiabrados

Partiram e foi de vez

Já tinha perdido um

Agora perdeu os três

 

Perdi os três, perdi os três

Gritava arrependida

Perdi os três, perdi os três

Não os vou ter mais na vida.

 

António Assunção



publicado por ala-goulinho-poemas às 17:33
Sábado, 15 de Janeiro de 2011

A noite tinha chegado

E com ela o nevoeiro

Os cães sempre a ladrar

Para os lados do Valeiro

 

Vim á porta observar

O que se estava a passar

Ouvi galinhas e galos

Estavam todos a gritar

 

Era grande o alvoroço

Eu fui de pé entre pé

Depois de ver o que era

Pensei fazer marcha à ré

 

Vim a casa num instante

E peguei na caçadeira

Para eu ir acabar

Com a raposa matreira

 

Ao chegar à capoeira

Eu fiquei aborrecido

Levou-me uma galinha

Raposa tinha fugido

 

Esperei na noite seguinte

Mais perto da capoeira

Esperando uma ladra

Que era a raposa matreira

 

Eu não sei se a guardei

Se ela me guardou a mim

A matreira não apareceu

E a noite acabou assim

 

Veio a noite seguinte

Eu vi chegar a matreira

Apontei a minha arma

E foi morta á primeira

 

Os dias que se seguiram

Nenhum dos cães mais ladrou

Houve paz na capoeira

E o sossego voltou

 

 

António Assunção

 

 



publicado por ala-goulinho-poemas às 16:58
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