Um velhinho caminhava
Enquanto eu observava
O andar do pobre velho
Agarrado a uma bengala
Lá ia o pobre coitado
Andando naquela estrada
Eu a ele me dirigi
Falei com ele e sorri
E dei-lhe um pouco de pão
O velhinho agradeceu
Sentou-se um pouco e comeu
Doeu-me o coração
Quem chega a esta idade
E vive da caridade
É tratado como um cão
Coitado de quem é pobre
Será sempre mal tratado
Por quem não tem coração
O velho me olhou e disse
Nunca mal tratem os velhos
Esta vida é muito ingrata
Vocês hoje têm filhos
Amanhã terão os netos
António Assunção